Páginas

sexta-feira, 13 de julho de 2012

No Hoof No Horse

Essa máxima de casqueadores, ferradores, veterinários e pessoas do cavalo não poderia ser mais acertada. Se pararmos pra pensar que um animal de mais ou menos meia tonelada se apóia em 4 pequenas áreas abaixo do casco, a gente pode ter uma ideia da importância dos mesmos na vida do cavalo.
Na semana passada, fiz um curso de casqueamento e ferrageamento promovido pelo Sindicato Rural da minha cidade, e pude finalmente aprender e pegar gosto pelo casqueamento. Apesar de ser cansativo quando não se está acostumado, é um trabalho prazeroso, quase artesanal.
É importante que um casqueamento adequado cumpra seu papel de manter o animal andando sem dor e corrija quaisquer problemas que causem incômodo ao animal e que sejam passíveis de serem corrigidos pelo correto casqueamento. Claro que não dá pra fazer milagres, uma vez que o casqueador não possui controle de erros de aprumos com origem acima dos boletos do animal. Esses erros devem ser corrigidos com o potro ainda muito jovem e com auxílio veterinário para que haja resultado satisfatório. Também não se pode ter pressa. Afinal, o casco ao ser casqueado não deve simplesmente ficar bonito, deve ficar funcional. Não é em uma sessão de casqueamento que o casqueador vai conseguir tirar aquela rachadura que está lá no casco do cavalo há 8 meses. Deve-se ser paciência.
É também importante citar a importância de se iniciar o casqueamento de potros bem cedo em suas vidas. Não apenas para a correção de aprumos e prevenção de futuros problemas, mas também para que o animal se acostume com essa manipulação, evitando problemas comportamentais futuros. No caso de haver esses problemas, deve-se ter paciência e metodologia para lidar com isso. A contenção física não ajuda muito, uma vez que sempre será necessária e trará lembranças negativas ao animal relacionadas ao casqueamento.
Com relação ao ferrageamento, não tenho bagagem alguma pra falar, uma vez que nunca ferrei minha égua, e acredito que a ferradura deve ser usada apenas quando necessária, uma vez que, ao ser retirada, o casco fica enfraquecido e sua manutenção é bem mais complicada e cara do que o casqueamento simples.
A domesticação dos cavalos e especialmente sua utilização em esportes e trabalho torna o casqueamento uma prática obrigatória para a saúde do animal, permitindo que eles cumpram as tarefas designadas a eles por nós. O mínimo que podemos fazer é proporcionar as condições para que eles o façam da melhor e menos dolorosa maneira possível. Pense: imagine um animal de 500 Kg pra mais pulando um obstáculo de 1,7 m e recebendo o impacto do apoio nas duas mãos. Isso sem contar o cavaleiro em cima. O casco é uma estrutura dinâmica, que se expande e se contrai de acordo com os movimentos e impactos sofridos. Para que o animal mantenha-se funcional, é importante que ele possa andar sem dor. Para isso, o casqueamento deve ser feito periodicamente, e de maneira correta.
Os cascos são a base dos cavalos, e sem os mesmos, não há cavalo. Por isso, dê a importância necessária ao casqueador/ferrador. É um investimento na saúde do animal ;)


sábado, 19 de novembro de 2011

Personal Space

Estava vendo sobre as indicações da Four of Cups e achei algo muito interessante sobre espaço pessoal, aquele limite de espaço entre duas pessoas, que quando uma avança demais, você se sente perturbado por estarem invadindo seu espaço. No aikidô (arte marcial que eu pratiquei por algum tempo) chamávamos isso de maai e as vezes brincávamos: "não invada meu maai". Eu realmente fico incomodada quando alguém se aproxima muito de mim, nunca gostei. Sinceramente, nunca pensei nisso se aplicando para cavalos, mas veja só o que Pat Parelli ensina neste vídeo abaixo.


Obs: Olha que carinha mais fofa dela no final com o carinho xD

Abraços da Pah!!

O homem que ouve cavalos

Aproveitando que a Four of Cups falou em Monty Roberts, vim falar aqui sobre o livro dele que foi uma base sem tamanho para nós duas. Para aqueles que querem entender um pouco mais sobre cavalos, seus gestos, seus sinais, este livro é excelente. Monty Roberts estudou os cavalos selvagens, mais precisamente os mustangues e descobriu, por exemplo, as funções da égua mais velha e dos garanhões. A sua doma racional tornou-se tão famosa que acabou por ser chamado pela rainha da Inglaterra para domar os seus cavalos. Enfim, para aqueles que amam cavalos, acredito que esta é uma das leituras obrigatórias =)


Boa leitura!!

Abraços da Pah

Natural Horsemanship

O Natural Horsemanship é a filosofia de trabalho com cavalos que visa fazer uso do comportamento natural do animal como uma ferramenta para lidar com o mesmo. É baseado naquilo que o animal já faz naturalmente, na sua linguagem. É saber quando pressionar e quando aliviar o cavalo de acordo com os sinais que ele nos manda.

Atualmente o número de profissionais e amadores que lidam  com cavalo que fazem uso dessa filosofia e método de trabalho vem aumentando muito, o que é ótimo não só para os cavalos como para as pessoas. Essa maneira livre de sofrimento de se lidar com o animal é um belo exercício de calma, paciência e perseverança, pois os resultados não são logicamente instantâneos. Cada animal tem seu tempo, assim como cada ser humano tem o seu. Trabalhar com cavalos então nos ensina a reconhecer e respeitar esse tempo, nunca forçando além do necessário.

Essa metodologia se estende desde a criação do potro, passando pela doma e indo até o treinamento do animal para sua função, seja ela esporte, lazer ou lida. Um animal que teve uma boa base será um animal que realizará sua função com maestria, e isso é melhor visto quando se usa métodos racionais para lidar com ele, pois desse modo estaremos construindo confiança no animal em nós, e não subjugando e os fazendo temerosos como ocorre na doma tradicional.
O que se busca no treinamento do cavalo deve ser tornar fácil para o animal aquilo que queremos que ele faça, e difícil aquilo que não queremos. Desse modo, ele verá o caminho correto como uma recompensa, acertando. Tudo é feito na base da recompensa. Se o animal acerta, deve-se agradar, mostrar para ele de algum modo que o que ele fez está correto, assim como quando ele erra, deve-se mostrar que ele errou, fazendo-o refazer, recuar, ou qualquer outra coisa que o faça ver que não era aquilo que ele deveria ter feito. Tudo deve ser feito imediatamente para ser eficaz, e com isso cavaleiro deve ser sensível o suficiente para agir na hora certa com a pressão certa, nunca com agressividade. A partir do momento que se fez uso da violência, da agressão ou do nervosismo, significa que a paciência se esgotou. O melhor que se tem a fazer então é fazer o animal realizar algo que ele já saiba fazer corretamente, e terminar o trabalho por aquele dia. É importante que o animal termine o treino acertando, para que ele veja que só irá acabar quando ele fizer corretamente.

Uma vez que o cavalo será seu parceiro, e não seu subordinado, tudo fluirá muito melhor. A cooperação e a sintonia entre as partes deixará todo o trabalho mais prazeroso, fazendo com que o animal não veja o trabalho como algo ruim. Aí vai da pessoa escolher qual método ela vai preferir usar.

Muitos podem dizer que as pessoas mantêm sua maneira bruta de lida com cavalos por falta de informação, por falta de disseminação de técnicas mais brandas e eficazes. Bem, concordo que se não há o conhecimento da existência de outras formas de trabalho, dificilmente as pessoas mudarão sua mentalidade. Porém, hoje em dia está muito disseminada a idéia de doma racional, de horsemanship. Grandes nomes como Monty Roberts, Pat Parelli, e mesmo grandes domadores e treinadores brasileiros estão frequentemente na tv, em workshops, em cursos (inclusive grátis), etc. O que me parece que falta nas pessoas é vontade de evoluir, de admitir que há outras maneiras melhores que as delas de lidar com os animais. Pelo que vejo, as pessoas são muito turronas, muito teimosas e acomodadas. Por isso se mantém na querida ignorância delas, mesmo com a luz logo à frente. Falo por conhecimento de causa, pois na minha cidade todo ano tem curso grátis de doma racional e rédeas, e muitas pessoas já fizeram. Outros, não se interessaram, e mesmo vendo os resultados, mesmo tendo noção do que é bom e o que não é pro animal, continuam domando cavalos com chicotes, mourões e sacos de areia no lombo, além de enfiarem um ferro na boca do animal e saírem por aí puxando de um lado pro outro, achando que estão com um cavalo bem domado e com uma base perfeita de rédeas embaixo da bunda deles, quando na verdade só estão com um animal que morre de medo deles, e por isso tenta obedecer: pra não apanharem ainda mais.

A informação está aí. Só falta um pouco mais de esforço por parte dos humanos. Os cavalos são perfeitamente cooperativos quando se sabe pedir com jeito aquilo que queremos. Deve-se seguir uma ordem de ação: pedir, mandar e só depois ordenar. Deve-se ser firme, sem ser agressivo. Mas há uma ordem crescente nesse pedido.

Aqui vai um vídeo para inspiração ;)



Há muita coisa que podemos fazer com paciência e dedicação. Mesmo os apetrechos utilizados podem ser dispensáveis dependendo do grau de confiança e situação.
E convenhamos, poucas coisas são mais lindas do que ver a interação perfeita entre um cavaleiro e um cavalo livres de qualquer objeto nas mãos de um e na boca do outro.

É isso ;D
Beijos


PS.: esse post foi feito com base em todos os treinadores cujos trabalhos eu já tenha lido, assistido ou pesquisado. Dentre eles, os estrangeiros Monty Roberts, Ray Hunt, Pat Parelli, Buck Brannaman, e os prata da casa que eu tanto admiro, como Eduardo Borba, do projeto Doma e a Denise Bicca, por quem eu tenho profundo respeito e admiração.
E, claro, baseado principalmente no Altermar Venâncio, pessoa que está entre as melhores que eu já tive o prazer de conhecer e que me ensinou muito sobre tudo isso ;)

A quem se interessar, dê uma olha no blog da Dra Denise, e nesta página do site do Rancho São Miguel, além de dar uma pesquisada nos nomes citados. São todos de pessoas fantásticas.

Agradeço muito a todos os grandes nomes do Natural Horsemanship, por tornarem tudo melhor tanto para nós quanto para os cavalos, nossas verdadeiras paixões ;]

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Passando o tempo...


Hoje estava pensando o quanto é difícil lidar com pessoas. Estou aqui atoa no estágio, terminei o que tinha pra fazer e estou ouvindo a conversa das outras pessoas aqui. Conversas sobre garotos, relacionamentos, opiniões do tipo "odeio que chame de amor, esse é feio, esse é aceitável"... e isso como sempre me faz pensar: "o que eu to fazendo aqui?" e então me lembrei de uma época muito boa, na minha cidade que tanto sinto falta, onde eu tinha uma grande amiga, a Four of Cups e nós ficávamos durante o cursinho todo conversando sobre cavalos! E como eu me divertia!! Idas ao sebo para comprar revistas e aprender ainda mais, nossa, como eu empolgava!!! Sentimento totalmente diferente de agora. Me lembro que naquela época tínhamos um amigo que não aguentava a gente conversando sobre isso, porque era realmente o dia inteiro.

Não sei se sou só eu, ou só eu e a Four of Cups, mas eu realmente não consigo me enturmar com pessoas assim, não tenho interesse algum com este tipo de conversa e tampouco acho pessoas que se empolgariam em falar sobre um assunto tão lindo quanto é esta nossa paixão e deixariam de lado assuntos fúteis. As vezes penso se a minha paixão por cavalos me mostrou o quanto humanos (claro, tem exceções) são sem graça em relação a eles, afinal, há muita diferença em olhar para os olhos de um cavalo desconhecido e uma pessoa desconhecida.

Cavalos podem não conversar, mas com certeza seus gestos e formas de falar dizem muito e são muuuito melhores e mais encantadores do que humanos que podem falar, mas nada de útil sai.
Bom, vou voltar aqui apesar de agora ter até música inútil do youtube... Ai de mim!! T-T

Abraços da Pah o/

domingo, 23 de outubro de 2011

Depoimento de um amigo


Deixo este depoimento para o blog, sem a intenção de me tornar um intruso, mas devido a duas circunstâncias motivadoras: Uma delas é a amizade com a four of cups que me proporcionou várias coisas, dentre elas a visão que hoje eu tenho em relação a cavalos. Outra coisa, obviamente, é o meu contato com cavalos, que embora esporádico, é cada vez mais gratificante e interessante.
Eis um breve relato sobre uma pessoa (eu) que sempre esteve perto e com cavalos à disposição, mas que nunca percebeu, até uma determinada época, o quão grande são esses animais: Na verdade, meus pais sempre tiveram sítio e sempre tinham cavalos nele. Sempre quando eu ia para lá, o que me satisfazia era montar em cima de um cavalo e sair por aí tão longe, aonde certamente a pé eu não chegaria. Ou seja, a única diversão que eu via era basicamente isso. Eu mal sabia observar um cavalo e admirar suas qualidades, entre as quais ser um animal representante de força, velocidade e beleza. Minha falta de percepção era tamanha que ao visualizá-lo, nunca iria conseguir adentrar em seus pensamentos e perceber como funcionavam seus comportamentos instintivos e misteriosos. Na minha cidade, onde eu morava antes de ir para a faculdade, é próxima do local onde se situa o sítio com os cavalos. E passei um grande lapso de tempo sem me dar conta da oportunidade que perdia. Fui para a faculdade e tive que mudar de cidade para estudar. Era na capital do meu Estado, longe da minha cidade natal, longe do sítio e distante dos cavalos. Na época de faculdade quase não via mais cavalos, a não ser nas férias. E o meu jeito de olhar para um cavalo permanecia o mesmo: usando ele como diversão e sem observar a essência que repousa no mesmo, ou seja, não passava de um instrumento de diversão. Foi no quarto ano que começaram a mudar as coisas nesse sentido. Foi aí que conheci a Four of cups. Quando conversei com ela, percebi de imediato o seu gosto descomunal por cavalos e nisso me questionava: Como é possível uma pessoa gostar tanto de cavalos? Eu pensava: eu gosto de cavalos, mas o que será que ela observa neles que eu não consigo identificar de per si?
Hoje vejo que aprendi muito com ela. Passei a entender um pouco mais as coisas. Quando voltei para o sítio a última coisa que fiz foi andar a cavalo. Passei a observá-lo e tentar entendê-lo. Vi que para adquirir a confiança dele exigia tempo e me conformei que naquele dia não conseguiria nem chamar sua atenção. Foi aí que compreendi como devia ser prazeroso ter um cavalo, cuidar dele constantemente e tentar convencê-lo de que eu era uma pessoa confiável. Demorei em concluir, com vergonha de dizer, como era difícil fazê-lo confiar em mim. Nos próximos dias, meses (já retornando às aulas), passei a comparar o cavalo às pessoas.  Perseverei que as pessoas passam a se relacionar de um modo mais imediatista, tornando-se ou dizendo-se tornar colegas e amigas uma das outras. Colocar uma pessoa como amiga no Facebook ou Orkut é infinitamente mais fácil do que ter a fidúcia eqüina. As pessoas se inter-relacionam de maneira superficial e logo se dizem frustradas quando há a quebra de confiança. Mas é lógico, a dita confiança se formou tão rápida quanto a sua dissolução. É neste ponto que se encontra o brilhantismo de um cavalo e sua capacidade de não ser volátil. Como disse a four of cups, ganhar a confiança dele não é tarefa de um dia ou de um fim de semana, mas exige muito esforço e dedicação para, no fim, conquistar uma amizade verdadeira. Eis um animal difícil de lidar, mas que tal característica, fruto de sua personalidade, assevera um esforço compensador e recompensador no fim das contas. Um animal com uma beleza única e desconfiado dos humanos, nada mais desafiador do que conquistá-lo. 
Para alcançar isso, indispensável se torna entender seu comportamento, algo que para mim ainda é obscuro e é o que mais me instiga a no futuro dedicar maior tempo a eles.  Acabei minha faculdade e voltei para próximo deles. Entretanto, agora, sem tempo. Passo cerca de 10 horas diárias, inclusive de fins de semana, ocupado com outras atividades obrigatórias. Daqui a poucos anos, quando eu sei que conseguirei tempo, pretendo me dedicar e desenvolver essa potencialidade que foi cultivada dentro de mim, e que agora não pode morrer ou retroceder sem explicação.
 Seja onde você estiver, mesmo que longe, o longe sempre é perto de algo que é bom. Por isso, traga um cavalo próximo a você e com o tempo necessário cuide dele. Talvez, você nunca encontrará uma relação equivalente a essa. Uma relação que certamente consistirá em um refúgio seguro de todas as intempéries da vida.
Agradeço a four of cups por brotar em mim tal perspectiva. Isso foi uma lição de vida que sobejará eternamente.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

É diferente quando se gosta de verdade

As coisas nunca costumaram vir fácil pra mim. Eu fui criada para fazer pra merecer, e não simplesmente ter em mãos o que quer que fosse somente por poder. Estou muito longe de ter sido uma pessoa mimada. Muitas vezes, mesmo merecendo, eu não tinha o que queria. E é exatamente isso que me faz dar um valor inestimável àquilo que foi conquistado. Assim foi com relação à minha égua. Eu passei a vida toda pedindo, e só com 20 anos  eu finalmente a tive. Não por antes não quererem me dar, mas por antes não haver onde deixar, como cuidar. Afinal, eu tenho noção, e não iria fazer meus pais gastarem um absurdo mensalmente pra manter um cavalo em um lugar pago qualquer. Especialmente porque a graça em se ter um cavalo é cuidar do mesmo, ganhar a intimidade, a confiança, e não simplesmente chegar onde ele está, montar nele, cansá-lo, descer e ir embora. Então, como em tudo o mais na minha vida, eu tive paciência.
Acho muito interessante quando as pessoas simplesmente surgem com uma paixonite enorme por cavalos totalmente do nada. Não digo que é preciso ter tido contato a vida toda pra gostar, afinal, quem me ensinou tudo que eu sei sobre cavalos foi essa pretona aí embaixo, quando eu tinha 20 anos. Falo mesmo de ter aquela coisa de criança, de ficar parada olhando cavalos por horas, de pedir esperançosamente pra ter um, de torcer pro seu pai deixar você levar pra sua casa no meio da cidade aquele cavalo pastando com uma cordinha no pescoço em um terreno baldio. É esse tipo de amor que eu e a Pah temos com relação a cavalos. Não é uma coisa que surgiu em um fim de semana que passamos a mão em um cavalo ou subimos no lombo dele pra que ele nos carregasse pra cima e pra baixo o dia todo. Com pessoas como nós, o negócio vai muito além da montaria, do esporte, do que quer que obriguemos o animal a fazer por nós. Conosco, o que realmente importa é a convivência, é escovar, é acariciar, é beijar, é simplesmente olhar enquanto o cavalo é ele mesmo, sem antinaturalismos, sem influência da avidez humana por status.
Esse amor pode ser provado pelo estado em que minha égua se encontra, onde muitos ditos 'amantes de cavalos' já teriam dado cabo da mesma. Ela está aposentada, teve tendinite, flebite e várias outras ites, além de ter grande dificuldade em engordar, apesar de todo o esforço meu e do meu pai. Resumindo, ela está simplesmente sendo linda no meu pasto, pois ninguém mais a monta. Isso não me impede de jamais vendê-la. Porque pra pessoas como nós, não é um cavalo funcional, com uma genética de ponta e uma musculatura perfeita capaz de nos carregar por aí que importa. Pra pessoas como nós, o que importa é o cavalo em si. Desde o maior pé duro do país ao mais valioso PSI do turfe.
É em nome desse amor que eu abri mão de diversas coisas na minha vida, e é em nome desse amor que eu e a Pah nos damos tão bem, e seguimos com esse blog.


Essa sou eu e a minha senhoria, Chérie. Não foi de um dia pro outro que essa intimidade de cochilar no meu colo foi alcançada. E tudo veio em nome dessa paixão. Que não surgiu em um fim de semana qualquer, isso eu garanto. ;)


Muito obrigada, Pah, pela idéia desse blog. Eu precisava de algumas distrações pra me tirar da cabeça algumas coisas que só me mostram como o mundo nunca é como queremos que seja. 


Um beijo a todos ;*